Avanços na educação e na medicina têm promovido melhor qualidade e expectativa de vida, além de recursos para a preservação da vida sexual. A valorização da atividade sexual permanece, quando vivenciada com frequência e prazer. A maioria das dificuldades e disfunções sexuais aumenta com o envelhecimento porque fatores físicos e sociais tornam-se mais relevantes. Por outro lado, o sofrimento feminino com os problemas sexuais, exceto os relacionados à lubrificação, diminuem. A menor atividade sexual no envelhecimento, pela complexidade de fatores envolvidos, pode ser compreendida como consequência de transição fisiológica, psicológica e social. Mulheres mais velhas associam satisfação ou falta de interesse sexual à qualidade do relacionamento amoroso. A principal atividade heterossexual envolve penetração vaginal, diminuindo com o avançar da idade. Preliminares têm a frequência mantida. Depois dessas duas atividades, a terceira mais frequente em atividade sexual com parceria é o sexo oral. A atividade sexual em idade avançada apresenta mais beijos, abraços e toques sexuais. As atividades mais frequentes nessa faixa etária seguem a seguinte ordem: tocar e acariciar sem coito, masturbação e, por último, coito. Tocar e acariciar diminuem entre os 80 e 90 anos. O menor interesse sexual pode ser atribuído à avaliação negativa das alterações corporais e de aparência física na mulher idosa e à perda de relações íntimas. Saúde aumenta a expectativa de vida sexual ativa. A necessidade de amor, amizade e contato físico, assim como o medo da solidão permanecem ao longo da vida, tornando importante a caracterização dos fatores envolvidos na motivação sexual dessa população.
Fleury, Heloisa Junqueira; Abdo, Carmita Helena Najjar.
Diagn. tratamento; 20(3)jul/ago/set.