A dor genital feminina tem sido objeto de estudos, o que resultou em mudança na sua classificação pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM). A noção da dispareunia ser desordem unitária identificada como disfunção sexual não tem sido confirmada. Há síndromes de dispareunia, sendo a superficial muito semelhante ao vaginismo. A definição do vaginismo, baseada principalmente na ocorrência do espasmo vaginal, também não tem sido confirmada. O DSM-V engloba os dois transtornos, classificando-os como desordem da dor genitopélvica, cuja definição baseia-se em cinco dimensões: índice de sucesso da penetração vaginal, dor com a penetração vaginal, medo da penetração vaginal ou dor genitopélvica durante a penetração vaginal, disfunção da musculatura do assoalho pélvico e
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Yearly Archives 2019
Importância do apoio psicoterapêutico para disfunção sexual no envelhecimento
A função sexual humana é multidimensional. Numa dimensão psicológica, envolve autoestima, confiança e respeito pela parceria. Na social, tabus, conhecimento e atitudes relativos à sexualidade, religiosidade e valores. Na dimensão relacional, a disponibilidade da parceria e a qualidade do relacionamento são mais importantes. Por essa complexidade de fatores de risco, homens e mulheres idosos necessitam de apoio multidisciplinar, inclusive atenção psicológica para preservar a satisfação sexual. Como os aspectos psicológicos e relacionais são preponderantes no desencadeamento das disfunções sexuais, a terapêutica deve atuar nas dimensões psicossociais da mulher, do homem e do casal. O conceito de reabilitação sexual torna-se mais apropriado do que tratamento sexual, quando morbidades físicas e psicológicas crônicas interferem na função sexual, condição bastante
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Desejo sexual em mulheres jovens em relacionamentos estáveis
Uma das principais dificuldades sexuais femininas é a falta de interesse/desejo sexual. Entre os fatores de risco, destacam-se o tempo de duração do relacionamento, a pouca satisfação no relacionamento afetivo, menor valorização da vida sexual, condições médicas e respectivos tratamentos. Embora a diminuição do desejo atinja todas as faixas etárias, mulheres jovens apresentam maior desconforto com essa condição. As particularidades da função sexual feminina foram reconhecidas em modelo em que o desejo por intimidade, ao invés de um impulso biológico, é considerado o deflagrador da resposta sexual. Esse modelo se caracteriza como circular, no qual elementos emocionais e físicos favorecem a disponibilidade da mulher para a experiência sexual. Em mulheres jovens, falta de
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Sexualidade da mulher idosa
Avanços na educação e na medicina têm promovido melhor qualidade e expectativa de vida, além de recursos para a preservação da vida sexual. A valorização da atividade sexual permanece, quando vivenciada com frequência e prazer. A maioria das dificuldades e disfunções sexuais aumenta com o envelhecimento porque fatores físicos e sociais tornam-se mais relevantes. Por outro lado, o sofrimento feminino com os problemas sexuais, exceto os relacionados à lubrificação, diminuem. A menor atividade sexual no envelhecimento, pela complexidade de fatores envolvidos, pode ser compreendida como consequência de transição fisiológica, psicológica e social. Mulheres mais velhas associam satisfação ou falta de interesse sexual à qualidade do relacionamento amoroso. A principal atividade heterossexual envolve penetração vaginal, diminuindo com
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Terapia de casal para superar disfunções sexuais
O ciclo ansiedade de antecipação, ato sexual tenso e pouco satisfatório, frustração, pouco interesse sexual e consequente evitação envolve questões individuais e do casal. A terapia do casal está indicada e pode ser mais eficaz se fatores relacionais comprometem o vínculo conjugal e, consequentemente, a satisfação sexual. Excesso de intimidade emocional, gerando exclusão da abordagem de questões sexuais e do erotismo, diferenças de gênero, dificuldades comunicacionais no enfrentamento de conflitos e desequilíbrio do poder (divisão da responsabilidade pelo relacionamento, capacidade de se mostrar vulnerável e de sintonia às necessidades do outro e influência de cada um) são alguns fatores que comprometem o
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Sexualidade: menopausa e andropausa
RESUMO O texto apresenta a evolução do modelo teórico proposto por Masters; Johnson, complementado posteriormente por Kaplan e revisto recentemente por Basson para a compreensão da função sexual. O modelo alternativo apresentado considera a sexualidade feminina um fenômeno complexo, em que a adequação tanto do estímulo sexual como do contexto é valorizada, atribuindo à intimidade emocional o papel de uma das principais forças motivacionais para a atividade sexual. Ao considerar a dimensão relacional do desejo sexual, este paradigma aproxima-se da visão de Homem proposta por J.L. Moreno. Características da transição menopáusica e da andropausa são apresentadas e discutidas, contextualizando possíveis desencadeantes das principais disfunções sexuais nesta etapa da vida.
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Aspectos diagnósticos e terapêuticos das disfunções sexuais femininas
RESUMO Este artigo apresenta o desenvolvimento do conceito de normal e patológico em sexualidade, com base nos estudos populacionais de Kinsey, bem como a evolução do conceito de ciclo de resposta sexual, desde Masters e Johnson até Basson. Trata das classificações das disfunções sexuais, as quais têm como base o ciclo de resposta sexual. Os aspectos diagnósticos das disfunções sexuais femininas ressaltam a primazia da observaçãoclínica minuciosa, enfatizando que o diagnóstico deve considerar o tempo de evolução do quadro, as condições do(a) parceiro(a) e as características do estímulo sexual (quanto ao foco, à duração e à intensidade). Além disso, a distinção entre disfunção primária ou secundária,
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O psicodrama transformador na mudança terapêutica: diretrizes e recomendações
Neste capítulo, os autores apresentam alguns aspectos da prática clínica reconhecidamente relacionados com a mudança terapêutica – a base fisiológica do mundo mental e a dimensão relacional do Psicodrama, o relacionamento terapêutico e o mecanismo de autorregulação de afetos, o contexto dramático e a operação dos mecanismos terapêuticos, e a neuroplasticidade e a integração neuropsicológica –, abordados numa perspectiva das evidências trazidas pela neurociência. Hug, E., & H. J. Fleury. (2008). O psicodrama transformador na mudança terapêutica: diretrizes e recomendações. In H. J. Fleury, G. S. Khouri, & E. Hug (Orgs.). Psicodrama e neurociência (pp. 211-236). São Paulo, SP: Ágora.
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A intervenção grupal socioeducativa de tempo limitado
As intervenções de tempo limitado têm demonstrado uma tendência crescente de aplicação nos mais variados contextos. Na saúde pública, predominam grupos com função mais terapêutica. Na educação e nas organizações, prevalecem os psicoeducativos ou de desenvolvimento pessoal e/ou grupal. Atendem aos novos paradigmas de saúde, que buscam melhores condições de vida, utilizando todos os recursos materiais, culturais, sociais e psicológicos disponíveis. Neste capítulo, são apresentadas algumas diretrizes básicas para essa modalidade de atendimento, que visa aos benefícios máximos com o menor investimento, financeiro e psicológico. Fleury, H. J. (2008) A intervenção grupal socioeducativa de tempo limitado. In M. M. Marra,
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